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8/26/2011

CASTELO DE ALMOUROL - PARTE I

OS SUBTERRÂNEOS E OUTRAS CURIOSIDADES
"Aspectos desconhecidos do Património Templário"


O enigmático Castelo de Almourol, pela sua forma pouco comum e implantação numa ilhota de pedras agrestes, têm-lhe conferido os mais prestigiantes e notáveis epítetos, dos quais, “Castelo de Fantasia”, “Castelo dos Castelos” ou mesmo castelo de "Cortes de Amor", segundo Manuel J. Gandra (conclusão a que chega a partir dos achados e das histórias que povoam o imaginário deste castelo), Almourol será sem dúvida, palco de um cenário envolto em magia, podendo muito bem ser designado, também, por “Castelo Mágico”.

Mágico também é o mundo dos comboios, “personagem” que tem alimentado o imaginário criativo não só do mundo infantil – o de Almourol também, pois não será difícil de imaginar uma fada habitá-lo – mas também dos cineastas, pintores, poetas, escritores e de todos aqueles que inexplicadamente se apaixonam por eles desde que foram inventados.

Almourol em 1858

Não pretende este artigo abordar o Castelo de Almourol nos seus aspectos amplamente divulgados, mas sim, e de acordo com título, dar a conhecer aspectos menos conhecidos deste emblemático monumento da  Castelologia portuguesa.

Pois bem, retomando o reino de fantasia a que Almourol e os Comboios aludem, e estando já o leitor intrigado quanto à relação entre eles (alem de serem elementos de diferentes histórias românticas e mágicas), pretendemos com o que diremos adiante, não só intrigar, mas deixá-lo boquiaberto, senão mesmo chocado pelo encontro de ambos que se pensou para essa ilha que desafia o poderoso Tejo.

Das pesquisas que efectuamos com o intuito de trazer a este artigo as mais antigas descrições que existissem do Castelo de Almourol, assim como as mais remotas gravuras ou imagens que pudessem ilustrar o castelo antes dos restauros de que foi alvo no século XIX e XX, deparámo-nos com uma insólita ideia que não chegou a concretizar-se. Curiosamente, e viemos a saber posteriormente pela tese “Castelo de Almourol: Monumento e Imaginário”, da Arquitecta Teresa Pinto Furtado, que corresponde esse artigo onde descobrirmos o que de seguida dar-vos-emos a conhecer, à mais antiga descrição pormenorizada que se conhece de Almourol (apresentaremos na segunda parte descrições mais antigas mas menos descritivas quanto aos aspectos arquitectónicos).

Conta-nos Conde de Melo - autor do artigo a que nos referimos - a determinada altura da sua descrição do Castelo de Almourol, que existiu a ideia de fazer passar a linha de comboio que hoje passa paralelamente à ilha, pela própria ilha, ideia decorrente da posição que esta ocupa no meio do Tejo, permitindo assentar-lhe um dos pilares de suporte à linha férrea que se encaminharia para Santarém. As preocupações expostas pelo Conde não são para menos, e se os Castelos – e em particular este – e os comboios são criadores de imaginários fantásticos, teria a sua junção criado um dos mais medonhos e ignóbeis cenários que se possa imaginar nos dias de hoje.

Gravura desenhada pelo Paulo Peixoto (Voltron)

Aproveitamos a descrição que recolhemos no “Archivo Picttoresco” do ano de 1858 que por sua vez aproveita a que foi publicada no “Jornal das Bellas Artes”, para dar a conhecer então esse inimaginável projecto:


E após a descrição do estado em que se encontra o Castelo de Almourol na altura, tece considerações sobre o caminho-de-ferro que por ali poderia vir atravessar o Tejo:

A preservação do património castrejo ao longo da história até à relativamente poucos séculos não foi uma preocupação dominante, e certamente não chocaria a Gualdim Paes, caso pudesse ver hoje o estado das coisas, parte dos seus castelos terem desaparecido ou sido bastante adulterados, mas o cenário que o Conde nos desenha, seria possivelmente o que de mais surreal se poderia apresentar a seus olhos.

O artigo aqui dado à estampa faz-se ilustrar por uma imagem a preto e branco do castelo em 1830 (julga-se), porventura a terceira mais antiga que conhecemos, e estando a mesma disponível na Biblioteca Nacional optámos por usar a original para fechar esta primeira parte do capítulo dedicado a Almourol. (iremos publicar as outras mais antigas na segunda parte).


Se os castelos e o comboios podem ser objectos de sedução de um universo imaginário, os subterrâneos da imaginária medieval não são de somenos atração. Será esse tema, alvo de atenção na segunda parte, onde também o “diabo” não faltará a ilustrar esse Castelo Mágico.

4 comentários:

Anónimo disse...

Não posso ser seguidora se não tiver um email da gmail? Estou a tentar mas não aceita o meu email do sapo.
Bjs

Anónimo disse...

Não dá, o email tem que ser da google.

Anónimo disse...

Pedro Cardoso
Boas tardes amigos. A capa está lindíssima e o tema muito curioso. Ficarei aguardar a continuação.
Abr PC

Anónimo disse...

Sem dúvida um cenário grotesco de muito mau gosto. Não existia e nem existe pelos vistos preocupações, dominantes ou não, pelo património, e caso seja dito, é o da destruição do alambor a que assistimos. Estarei presente sábado e um bem haja pela informação.
Cortez Salvado (da Serra)